terça-feira, 17 de setembro de 2013

TERÇA - FEIRA XXVI SEMANA COMUM


A VIÚVA DE NAIM
Meus irmãos, gostaria de começar nossa conversa a partir da primeira frase forte de Jesus, frase dita a uma viúva que acabara de perder seu filho, seu único filho. "Não Chores".
Meus irmãos. Quem é que está chorando? Quem é que está sofrendo? Quem é que está triste?
Meus irmãos há muita gente chorando, triste, sofrendo na atual sociedade. São crianças, jovens, velhinhos, velhinhas, homens, mulheres.
Choram as mães porque não conseguem admitir o fato de perderem seus filhos para as drogas e para as bebidas. Choram porque não conseguem conceber como seus filhos podem ser tão frágeis e tão ingênuos, que não percebem as arapucas e as armadilhas preparadas e arquitetadas no mundo em que vivem. Choram ainda, porque, por mais que tenham lutado e se esforçado para oferecer uma vida mais dígina para eles, viram seus esforços frustrados por um sistema político e econômico que distingue, separa, e que como um rio só corre para a direção dos que menos precisam.
Quantas estão chorando em suas casas, com fome, frio e sede, doentes, sentido-se derrotadas e humilhadas pela sua dor, porque o médico também é de poucos e doutos.
E claro, mesmo sabendo que não é papel da Igreja assumir o papel do estado, a Igreja sabe que trai Jesus e seu evangelho se não se fizer solidária e companheira, debruçar-se sobre esses irmãos promovendo vida e dignidade.
Se debruçar é assumir aquela situação, é abraçar aquela causa, é sair dos cantos e orações emotivos, mas mornos, e se pronunciar em favor daqueles que estão sendo enganados, desprezados  roubados na sua dignidade e na sua vida.
Jovem! Eu te ordeno: Levanta-te. Quanto à doença que derrubou o jovem,o evangelho não diz, por isso não sabemos. Mas sabemos quais as causas de quedas e de mortes de muitos jovens hoje na nossa cidade, na nossa sociedade. Bebidas, drogas, brigas, velocidades, sexo. Estes jovens se encontram caídos. E Jesus que sempre passa onde eles se encontram repete: Jovem! Eu te ordeno: Levanta-te.



domingo, 15 de setembro de 2013

XXIV DOMINGO COMUM


A OVELHA, A DRACMA E O FILHO PRODIGO

Caríssimos irmãos o aspecto geográfico da Palestina marcado por grandes montanhas e vales, não suportava os tempos chuvosos sem que ficassem algumas erosões ou valas, como também conhecemos, valas essas traidoras das ovelhas que por ali passavam ou sozinhas, ou tocadas por seus pastores. Ao chegar ao aprisco e ao contar as ovelhas, o pastor dando pela falta da que ficou, volta e vai à procura e ao encontrá-la, coloca-a nos ombros e volta para casa cheio de alegria.
Quanto a moeda procurada com tanto cuidado pela mulher revela como Deus não quer perder nenhum dos seus filhos.
Quanto à terceira parábola nos faz pensar nas vezes em que somos chamados a atenção acerca de algo ou de alguma coisa, que estão na contra - mão de direção da nossa vida e da nossa dignidade. No entanto, todas as parábolas têm dois movimentos: da criatura para o criador e do Criador para a criatura. Verdade que nas cenas de hoje, no que tange à conversão do cristão o movimento inicial é sempre do Criador. É Ele que procura a moeda, é Ele que vai à procura da ovelha, é Ele que cobre de afagos e de beijos o filho que volta.
Importante é observar o que levou Jesus à terceira parábola. Ele a cria como resposta aos escribas e fariseus que murmuram sua ação de caridade e amor para com os pecadores e publicanos. O que se diz está obvio na reação do filho mais velho. "Eu nunca desobedeci a qualquer ordem tua, e tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos". 
Há irmãos assim, há católicos assim, há evangélicos assim."Fazem tudo direito", e por isso se acham sozinhos dignos do amor do Pai. Há até quem encha o peito e em alta voz proclame, como sendo os únicos que se salvam, como se o sangue que o pastor derramou na cruz tivesse corrido em só uma direção. A salvação não é propriedade dessa ou daquela Igreja, dessa ou daquela religião. A salvação é um dom, uma graça que o Pai oferece a todos. A salvação é dada aos evangélicos, aos católicos, aos pais de santo, aos homossexuais, às prostituídas, aos negros, aos índios, em fim, é dada a todas as ovelhas que não recusam o convite do Pastor.
Diz Fernando Armellini: Os rabinos recomendavam: "Ninguém deve se juntar aos ímpios, nem mesmo para convencê-los a seguir a lei de Deus".
O filho mais velho não entra, fica de longe, não se mistura. Ele é "justo", ele é "santo", ele "não falha", "não erra". Por isso, fica fora, longe, e aí está o perigo desses espíritos e desses corações. Se acharem santos demais, justos demais, salvos demais e perderem a chance dada aos publicanos e pecadores. Perderem a festa da Salvação. 




terça-feira, 3 de setembro de 2013

HOMILIA XXIII DOMINGO COMUM


Tenho sido as vezes repetitivo quando tenho falado da importância de purificarmos, de depurarmos, de refinarmos o nosso ser cristão. Hoje, observando essas palavras dirigidas por Jesus, vejo que estou no caminho certo. Ele não diz as minhas palavras, diz palavras muito mais fortes, muito mais firmes e muito mais duras até. " Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, até a própria vida, não pode ser meu discípulo".
Não poucas vezes tenho feito perguntas acerca da razão, do verdadeiro sentido de se ir, de se está numa eucaristia. E ajudando a lembrar várias delas, eu acrescento que é importante se está ali também por causa do amor, por causa do Espírito Santo, por causa de Jesus.
Tem sido sim uma preocupação de toda a Igreja a evasão dos nossos fiéis, tem sido sim nossa preocupação quando um irmão, uma irmã nos deixa para está em outro seguimento religioso, tem sido sim motivo de alegria nosso,  quando nos encontramos em multidões. Mas talvez temos nos perguntado pouco: Essa multidão é cristã? Essa multidão é humana? Essa multidão tem, carrega os pensamentos humanos de Cristo? Essa multidão tem consigo uma Igreja que lhe apresenta os pensamentos humanos, fraternos, simples de Cristo? Ou nossa multidão é só emoção, é só louvor, é só oração, mas pouco humana e pouco cristã?
Jesus não quer que nenhum filho ou filha odeie seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã. Mas Jesus deseja que frente a uma escolha que temos que fazer entre ele e os nossos interesses humanos, entre ele e os nossos ganhos humanos, mesmos os familiares, não podemos, nem devemos titubear. Não devemos ter dúvida. Ocorre que nem sempre é assim. Na verdade muitos nem titubeiam, mas ao contrário, decidem rapidamente que o melhor mesmo é amar a casa, o comércio, o lazer, o prazer, o trabalho, a família. E Cristo, bom, Cristo que espere mais um pouco, esse pouco será quando todos os seus interesses humano - materiais forem realizados, esgotados, satisfeitos, aí talvez Cristo mereça sua atenção, que na verdade, é o resto, o sobejo, a sobra que ele está dando. Pergunto: Essa é uma pessoa cristã? Essa é uma pessoa convertida? Pode ser uma pessoa muito boa, caridosa até, mas está longe do Cristianismo. 
Conforme o Evangelho de hoje Jesus não está preocupado se sua proposta é dura de aceitar, Jesus não está preocupado se sua proposta é violenta e não vai atrair muita gente. Ele não quer muita gente. Ele quer gente que não hesite em decidir por ele, pelo amor dele, pelo Espírito dele, pela proposta humano, cristã Dele, mesmo que para isso a pessoa tenha que cortar na própria carne, essa carne é a família.