quarta-feira, 5 de setembro de 2012

HOMILIA XXII DOMINGO COMUM


“Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaias a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”.
Meus irmãos o trecho que acabamos de ouvir nos coloca diante de uma cena entre Jesus e os fariseus que vieram de Jerusalém. Dizendo isso, estamos dizendo que fariseus de outras regiões se davam com Jesus, eram seus amigos e seria uma inverdade, afirmar que todos os fariseus não se relacionavam bem com Jesus.
A discussão dessa noite gira em torno de um possível não cumprimento de um preceito da lei, que é o de lavar as mãos antes das refeições. Ao que Jesus depois de precisa colocação, conclui dizendo: O que torna impuro o homem, não é o que entra vindo de fora, mas o que sai do seu interior.
Meus irmãos eu não tenho dúvida que a vossa vinda nesta noite aqui, depois de ter deixado casa, serviço, prazer, alguns deixaram a família, esposas, maridos, enfim, seja por um grande amor, louvor e adoração ao Pai, a Jesus e ao Espírito Santo. E sei também que muitos fariseus no tempo de Jesus fizeram o mesmo e com muita honestidade e simplicidade.
Dessa maneira onde está o erro por tamanha austeridade? Onde está o erro por tamanha dedicação? Onde está o erro por tamanho zelo? Não há erro nenhum o fato da oração, do culto, do louvor que prestamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Mas o erro está na atitude farisaica que pode ser praticada por uma pessoa em relação à outra e pela própria Igreja em relação aos seus filhos, quando a regra, a norma se tornam um peso, uma carga, se tornam absolutas em detrimento da pessoa e do valor que ela tem diante de Deus.
Meus irmãos nós que estamos à frente de grupos, pastorais e movimentos precisamos ter cuidado para que diante das fragilidades, pecados que envolvem nossos irmãos, e tendo em vista as normas legais que regem a Igreja, jogar no seu rosto essas regras e normas sem considerar que esses irmãos são filhos de Deus amados, queridos, como todos os outros.
Meus irmãos, é muito fácil, viver uma religião legalista, um cristianismo legalista, duro, frio, azedo, amargo, que diz ao outro, à outra, você não pode, você não vale, você não serve, do que usar de misericórdia para com ele. Não seria melhor usar de misericórdia para com ele, carregar a culpa dele, o pecado, as misérias dele, anular a culpa dele como fez Jesus? Não seria melhor amá-lo como fez Jesus?
Quantas vezes nos tornamos fariseus quando diante da nossa cegueira religiosa, condenamos um irmão por uma bobagem praticada, esquecendo duas coisas: Primeiro, que nós também erramos, que nós também temos trava, cisco nos nossos olhos, e assim não estamos em condição de julgar e condenar. Segundo, que este irmão já foi libertado pelo sangue de Jesus derramado na Cruz, e nós não podemos impedir essa libertação, só porque trazemos nas mãos e na cabeça, regras e preceitos humanos.
Meus irmãos sejamos vigilantes, para que o zelo, a austeridade com que vivemos a religião não nos encha de orgulho, vaidade, a ponto de nos acharmos melhores que as outras pessoas, caso isso ocorra, estamos reproduzindo uma atitude farisaica e certamente nos distanciando do projeto de Deus, que não despreza, não julga e não condena ninguém.
Mas ao contrário, nos diz como disse à samaritana: Cadê os que te acusavam. Ninguém te condenou? Eu também não te condeno, vai e de agora em diante não peques mais.

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