“Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas
comem o pão sem lavar as mãos?” Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaias a vosso
respeito, hipócritas, como está escrito: este povo me honra com os lábios, mas
seu coração está longe de mim”.
Meus irmãos o trecho que acabamos
de ouvir nos coloca diante de uma cena entre Jesus e os fariseus que vieram de
Jerusalém. Dizendo isso, estamos dizendo que fariseus de outras regiões se
davam com Jesus, eram seus amigos e seria uma inverdade, afirmar que todos os
fariseus não se relacionavam bem com Jesus.
A discussão dessa noite gira em
torno de um possível não cumprimento de um preceito da lei, que é o de lavar as
mãos antes das refeições. Ao que Jesus depois de precisa colocação, conclui
dizendo: O que torna impuro o homem, não é o que entra vindo de fora, mas o que
sai do seu interior.
Meus irmãos eu não tenho dúvida
que a vossa vinda nesta noite aqui, depois de ter deixado casa, serviço,
prazer, alguns deixaram a família, esposas, maridos, enfim, seja por um grande
amor, louvor e adoração ao Pai, a Jesus e ao Espírito Santo. E sei também que muitos
fariseus no tempo de Jesus fizeram o mesmo e com muita honestidade e
simplicidade.
Dessa maneira onde está o erro
por tamanha austeridade? Onde está o erro por tamanha dedicação? Onde está o
erro por tamanho zelo? Não há erro nenhum o fato da oração, do culto, do louvor
que prestamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Mas o erro está na atitude
farisaica que pode ser praticada por uma pessoa em relação à outra e pela
própria Igreja em relação aos seus filhos, quando a regra, a norma se tornam um
peso, uma carga, se tornam absolutas em detrimento da pessoa e do valor que ela
tem diante de Deus.
Meus irmãos nós que estamos à
frente de grupos, pastorais e movimentos precisamos ter cuidado para que diante
das fragilidades, pecados que envolvem nossos irmãos, e tendo em vista as
normas legais que regem a Igreja, jogar no seu rosto essas regras e normas sem
considerar que esses irmãos são filhos de Deus amados, queridos, como todos os
outros.
Meus irmãos, é muito fácil, viver
uma religião legalista, um cristianismo legalista, duro, frio, azedo, amargo,
que diz ao outro, à outra, você não pode, você não vale, você não serve, do que
usar de misericórdia para com ele. Não seria melhor usar de misericórdia para
com ele, carregar a culpa dele, o pecado, as misérias dele, anular a culpa dele
como fez Jesus? Não seria melhor amá-lo como fez Jesus?
Quantas vezes nos tornamos
fariseus quando diante da nossa cegueira religiosa, condenamos um irmão por uma
bobagem praticada, esquecendo duas coisas: Primeiro, que nós também erramos,
que nós também temos trava, cisco nos nossos olhos, e assim não estamos em
condição de julgar e condenar. Segundo, que este irmão já foi libertado pelo
sangue de Jesus derramado na Cruz, e nós não podemos impedir essa libertação,
só porque trazemos nas mãos e na cabeça, regras e preceitos humanos.
Meus irmãos sejamos vigilantes,
para que o zelo, a austeridade com que vivemos a religião não nos encha de
orgulho, vaidade, a ponto de nos acharmos melhores que as outras pessoas, caso
isso ocorra, estamos reproduzindo uma atitude farisaica e certamente nos
distanciando do projeto de Deus, que não despreza, não julga e não condena
ninguém.
Mas ao contrário, nos diz como
disse à samaritana: Cadê os que te acusavam. Ninguém te condenou? Eu também não
te condeno, vai e de agora em diante não peques mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário