domingo, 15 de maio de 2016

DOMINGO DE PENTECOSTES

Na tarde daquele dia estando fechada as portas...

Caríssimos irmãos, irmãs, em fim chegamos a mais uma festa de Pentecostes. No que tange ao relato bíblico, o ambiente não é dos melhores. Portas fechadas, noite, discípulos com medo, certamente assustados e sem entender tudo o que havia ocorrido com seu Senhor e Mestre.
 
Caríssimos, não deve ser mais uma festa de Pentecostes, deve ser a festa de Pentecostes, a festa da alegria, a festa da paz, a festa do amor. Que alegria? Que paz? Que amor?
 
O mundo aparenta muito alegre. Aparenta, porque muitas de suas alegrias, na realidade são tristezas, decepções, medos, fugas e angustias. Muitas vezes nós também demonstramos alegria, no entanto, escondemos tristezas e medos profundos.
 
O mundo fala de paz, nós falamos de paz, nós cantamos a paz. Mas estamos tão nervosos, reagimos a tudo, exigimos tudo, reivindicamos tudo, reclamamos de tudo, nos vingamos de quase tudo. Nós ainda não temos a paz que precisamos, embora Jesus já nos tenha dado. A paz que reivindica, que reclama, que reage, não é a paz trazida hoje em Pentecostes.
 
O amor é pra nós quase um hino, repetido por nós muitas vezes durante a Eucaristia, só pra citar este momento. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo; O amor de Cristo nos uniu; Prova de amor maior não há.
 
Mas que amor é este? O das palavras? Da poesia? Da oração?
Se nosso amor não sair do abstrato e chegar ao concreto da nossa existência não é amor, se nosso amor não sair da nossa oração e ser apalpado nas nossas ações não é amor. Se nosso amor não sair do nosso culto e se materializar nos gestos devido ao irmão, também não é amor verdadeiro.
 
Vivemos um catolicismo ainda marcado por grandes desafios a serem superados. Um catolicismo cheio de  vícios, escamas, dengos, relaxado, pra não dizer frouxo. Não entendemos o que se dá durante a Eucaristia. Não por falta de capacidade intelectual, mas por falta de amor, amor também chamado de espírito, Espírito Santo. Nós somos tristes, medrosos, nossas portas estão fechadas, nossas noites ainda persistem em não amanhecer.
 
Mas em fim, o Pentecostes chegou, e para não se traduzir somente numa liturgia passageira e ritual, aproveitemos para continuarmos com as marcas deste dia. Sejamos uma comunidade viva, alegre, renovada e transformada.
 
Deixemos que o Espírito Santo arranque todos os nossos medos, dissipe todas as nossas noites, recrie nosso catolicismo, purifique nosso cristianismo, e assim nos vermos de novo, homens e mulheres incendiados, encorajados e compromissados com um mundo de justiça, com a vida plena para todos até as últimas consequências como fez Jesus.
 
Se não for assim, seremos defuntos que rezam, defuntos que cantam, defuntos que comungam, mas simplesmente defuntos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




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